quarta-feira, 10 de setembro de 2008

CIÊNCIA-Grande colisor de partículas

CIÊNCIA
Grande colisor de partículas desvendará segredos do universo
Localizado na fronteira entre a França e a Suíça, o maior acelerador de partículas do mundo proporcionará aos cientistas descobertas que mudarão a visão de mundo, em particular a criação do Universo. O projeto tocado por países da Europa e de outros continentes custou 3,76 bilhões de euros
O Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, começará a funcionar com toda a sua capacidade amanhã na fronteira entre a França e a Suíça, penetrando nos mistérios da matéria e da origem do Universo, há 13,7 bilhões de anos. Esse instrumento colossal, no qual trabalharam cerca de cinco mil físicos e engenheiros durante mais de uma década, é o maior projeto científico dos últimos anos.

Robert Aymar, diretor-geral da Organização Européia para a Pesquisa Nuclear (Cern), está convencido de que o LHC proporcionará aos cientistas "descobertas que mudarão nossa visão de mundo, em particular sobre sua criação". A partir de 1996, a Cern começou a construção a uma profundidade de 100 metros sob a terra, nas imediações de Genebra, de um anel com 27 quilômetros de circunferência, esfriado durante dois anos até chegar a menos 271,3 graus centígrados, ou seja, 1,9º C a mais que o zero absoluto.

Ao redor do anel foram instalados quatro grandes detectores, em cujo núcleo serão produzidas grandes colisões de prótons, partículas da família dos hádrons. O LHC atingirá 99,999% da velocidade da luz, de cerca de 300 mil km por segundo. Em potência máxima, 600 milhões de colisões por segundo gerarão o surgimento de partículas, algumas das quais nunca foram observadas.

Para selecionar os 15 milhões de gigaoctetos de dados recolhidos anualmente, 11 centros distribuirão a informação bruta para 200 instituições do mundo, que a analisarão e arquivarão. Entre os detectores, o Atlas e o CMS foram desenhados para esquadrinhar o chamado bóson de Higgs, uma partícula elementar que dotaria outras partículas de uma massa. Sua ausência sacudiria a física teórica. "Há uma forte probabilidade de que o bóson de Higgs possa ser observado", afirma Yves Sacquin, do Instituto de Pesquisa sobre Leis Fundamentais do Universo (Irfu), da França.

Quando entrar em funcionamento amanhã de manhã o primeiro feixe de partículas, serão injetadas no acelerador pacotes de 100 bilhões de prótons. Após o arranque do segundo feixe, que girará em sentido inverso ao primero, serão provocadas colisões de energia cada vez mais elevadas, até alcançar sete vezes a potência do Fermilab norte-americano, até agora o acelerador mais potente. O projeto, que teve a contribuição de países europeus, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão, custou 3,76 bilhões de euros. (das agências de notícias)

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