segunda-feira, 28 de setembro de 2009



Olhando o mar, sonho sem ter de quê

Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?

Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.

As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.

Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.

Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?

Fernando Pessoa

2 comentários:

Natália Fera disse...

Lina
Alguém me sabe explicar porque é que eu não consigo manter o teu blog aberto,aparece sempre um retangulo a dizer que a internet não o consegue abrir,para ler o que tu escreves tem de ser um bocadinho de cada vez,e quando é para enviar um comentário tenho que ir logo á pressa carregar em comentário senão aparece logo aquela coisa,enquanto estou a escrever deve gostar de ler o que eu escrevo e aguenta-se, hehehehe.
Lina nem sabes o que eu passo.
Por favor alguem que me ajude.

Bjs

Lina Querubim disse...

Não faço ideia Natália...muitas pessoas queixam-se outras não...não sei mesmo!
Tenho o anti virus ligado, faz actualizações diárias...:p
Bjsssssssss