sexta-feira, 2 de outubro de 2009

10 anos Amália Rodrigues





"Desde que existe a morte, imediatamente a vida é absurda. Sempre pensei assim."
Amália

23 de Julho de 1920

6 de Outubro de 1999

LÁGRIMA


Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto

Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo

Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer

Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar

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