quinta-feira, 3 de julho de 2008

Tratamento do cancro da mama localizado







Tratamento do cancro da mama localizado

Para os cancros que parecem confinados à mama (localizados), o tratamento é quase sempre cirúrgico e faz-se pouco depois do diagnóstico, com o fim de extrair a maior quantidade possível de tumor. Existem várias opções cirúrgicas, mas a decisão principal oscila entre extrair a totalidade da mama (mastectomia) ou apenas o tumor e uma área de tecido normal circundante (cirurgia conservadora da mama).


A cirurgia conservadora da mama, que deixa intacta a maior quantidade possível de mama, pode consistir em extirpar o tumor juntamente com uma quantidade mínima de tecido circundante normal (lumpectomia), extirpar o tumor com um pouco mais de tecido normal circundante (excisão ampla ou mastectomia parcial) ou extirpar un quarto da mama (quadrantectomia). A extracção do tumor e determinada parte do tecido normal representa a melhor possibilidade de evitar que o cancro reincida. Os índices de sobrevivência das mulheres a quem foi extirpada a totalidade da mama e das submetidas a uma cirurgia conservadora da mama mais radioterapia são idênticos durante pelo menos os primeiros 20 anos depois da intervenção.

Como fazer um auto-exame mamário


1. De pé, frente ao espelho, observe as mamas. Geralmente, estas diferem ligeiramente em tamanho. Procure alterações na diferença de tamanho entre as mamas e alterações nos mamilos, como um afundamento (mamilo invertido) ou uma secreção. Procure rugosidades ou depressões. 2. Observando atentamente ao espelho, entrelace as mãos por trás da cabeça e pressione-as contra ela. Esta posição ajuda a detectar as alterações subtis que o cancro pode provocar. Procure alterações na forma e no contorno das mamas, sobretudo na parte inferior de cada uma. 3. Coloque as mãos firmemente sobre as ancas e incline-se ligeiramente para o espelho, levando os ombros e os cotovelos para a frente. Uma vez mais, procure alterações na forma e no contorno das mamas.
Muitas mulheres fazem a etapa seguinte do exame no duche, porque as mãosdeslizam com facilidade sobre a pele molhada e escorregadia.



Como fazer um auto-exame mamário

4. Levante o braço esquerdo. Usando três ou quatro dedos da mão direita, examine pormenorizadamente, com a parte plana dos dedos, a mama esquerda. Mova-os fazendo pequenos círculos à volta da mama, começando pelo bordo externo e aproximando-se gradualmente do mamilo. Pressione com suavidade mas com firmeza para detectar qualquer volume ou massa inusual sob a pele. Certifique-se de que examina toda a mama. Do mesmo modo, examine com cuidado a área entre a mama e a axila, incluindo esta última, e procure possíveis massas. 5. Comprima um pouco o mamilo esquerdo e confirme se é produzida alguma secreção (consulte o médico se aparecer alguma secreção em qualquer momento do mês, independentemente de ter sido durante um auto-exame mamário). Repita os passos 4 e 5 na mama direita, levantando o braço direito e com a mão esquerda. 6. Deite-se de barriga para cima, com uma almofada ou uma toalha sob o ombro esquerdo e coloque o braço direito acima da cabeça. Esta posição aplana a mama e facilita a sua inspecção. Repita o mesmo para a mama direita.
Certifique-se de que examinou ambas as mamas. A mulher deverá repetir este procedimento todos os meses e na mesma data, 2 ou 3 dias depois de a menstruação acabar, porque é menos provável que as mamas estejam sensíveis ou inchadas. As mulheres pós-menopáusicas podem escolher qualquer dia do mês que lhes seja fácil recordar, como, por exemplo, o primeiro.

A maior vantagem de combinar o processo cirúrgico com a radioterapia é a estética, pois ajuda a conservar a imagem corporal. No entanto, esta vantagem desaparece se o tumor for grande em relação à mama, pois extirpar uma área de tecido normal, para o controlo do cancro a longo prazo, pressupõe eliminar a maior parte da mama. A cirurgia conservadora da mama é, em geral, mais eficaz quando os tumores são pequenos. Em cerca de 15 % dos casos em que esta cirurgia é aplicada, a quantidade de tecido que se extrai é tão pequena que quase não se nota diferença alguma entre a mama operada e a que não o foi. No entanto, o mais frequente é que as mamasoperadas fiquem um pouco reduzidas e que o seu contorno sofra algumas alterações.

Geralmente, os efeitos secundários da radioterapia que acompanha a cirurgia conservadora da mama não provocam dor e nem sequer duram muito tempo. A pele pode apresentar uma certa vermelhidão ou podem-se formar bolhas. Contudo, menos de 5 % das mulheres tratadas com radioterapia sofrem fracturas de costelas que provocam incómodos menores e entre 10 % e 20 % desenvolvem inflamação pulmonar ligeira ao fim de 3 a 6 meses depois de terem completado o tratamento. Finalmente, durante 6 semanas, no máximo, têm uma tosse seca e a sensação de falta de ar durante a actividade física.

Numa mastectomia simples, o médico extrai a totalidade do tecido mamário, mas deixa o músculo subjacente intacto e pele suficiente para cobrir a ferida. A mama é reconstruída com muito maior facilidade se os músculos peitorais e outros tecidos que se encontram sob a mesma ficarem intactos. Recorre-se a este processo para tratar um cancro invasivo propagado para dentro dos canais mamários, porque este tipo de cancro muitas vezes reincide na mesma mama se se optar pela cirurgia conservadora. Os gânglios linfáticos da axila também podem ser extraídos para determinar se algumas células cancerosas se espalharam para além da mama. Este processo denomina-se mastectomia simples mais ressecção ganglionar ou mastectomia radical modificada. A radioterapia de acompanhamento ou complementar, que se aplica depois da cirurgia, reduz em grande medida o risco de o cancro reincidir na parede torácica ou nos gânglios linfáticos próximos, mas não melhora os índices gerais de sobrevivência, porque provavelmente o cancro se propagou para outras zonas do organismo, embora não se tenha detectado (metástases). As mulheres a quem foi feita uma mastectomia simples vivem tanto como as que foram submetidas a uma mastectomia radical, em que se extirpam os músculos peitorais subjacentes e outros tecidos.

Para estabelecer o prognóstico, durante a intervenção cirúrgica podem ser extraídos os gânglios linfáticos próximos ou apenas uma amostra dos mesmos para serem examinados. As possibilidades de sobrevivência a longo prazo são muito melhores se não se encontrarem células cancerosas nos gânglios linfáticos. O tamanho do tumor e a presença de células tumorais num gânglio linfático são factores que influem na decisão de usar quimioterapia e fármacos bloqueadores das hormonas. Alguns médicos defendem que, quando existem tumores com menos de 1,5 cm de diâmetro, a cirurgia quase sempre elimina totalmente o cancro e não é necessário qualquer outro tratamento. Se o tumor tiver mais de 6 cm de diâmetro, em geral aplica-se quimioterapia depois da cirurgia. Se o tumor tiver 9 cm de diâmetro ou mais, pode ser administrada quimioterapia antes da intervenção cirúrgica.

Cirurgia para o cancro da mama

O cancro da mama pode ser tratado com várias opções cirúrgicas, que incluem extirpar a totalidade da mama (mastectomia) ou só o tumor e a zona de tecido normal que o rodeia (cirurgia conservadora da mama).
Os tipos de cirurgia de conservação da mama incluem a lumpectomia, na qual se extrai uma pequena quantidade de tecido normal; a excisão profunda ou mastectomia parcial, na qual se extrai algo mais que a porção de tecido normal circundante, e a quadrantectomia, em que se extirpa uma quarta parte do seio.


A mulher com um carcinoma lobular in situ pode ser apenas submetida a uma estreita vigilância ou, então, ser tratada de imediato com a ressecção de ambas as mamas (mastectomia bilateral). A maioria dos médicos considera que o carcinoma lobular in situ não é um cancro, mas antes que constitui um sinal de que a mulher corre um maior risco de desenvolver cancro da mama. Só cerca de 25 % a 30 % das doentes com esta afecção desenvolvem cancro da mama invasivo e ainda menos morrem dele, pelo que muitas mulheres optam por não receber qualquer tratamento. Caso contrário, se decidem ser submetidas a um tratamento para reduzir o risco de desenvolver cancro da mama, é necessário extirpar ambas as mamas porque o cancro nem sempre se desenvolve na mesma área ou na mesma mama que o carcinoma lobular in situ. Se a mulher desejar um tratamento que não seja a mastectomia, o fármaco que bloqueia a acção das hormonas que se usa com maior frequência é o tamoxifeno. Outra opção é extirpar os ovários nas mulheres que ainda menstruam, mas não está confirmadose este procedimento é tão eficaz ou mais que o tratamento anti-hormonal.

A maioria das mulheres com carcinoma ductal in situ quase nunca têm uma reincidência depois de uma mastectomia simples. Muitas são submetidas à simples extracção do tumor (lumpectomia), por vezes em combinação com a radioterapia. Estas mulheres têm mais possibilidade de desenvolver outro cancro na mama, mas não existem provas de que haja uma maior mortalidade pelo referido cancro do que quando se faz uma mastectomia simples.

As mulheres com um cancro da mama inflamatório normalmente recebem um tratamento combinado de quimioterapia e de radioterapia.

Reconstrução mamária. Para reconstruir uma mama pode ser feito um implante de silicone ou de soro fisiológico ou, então, pode ser colhido tecido de outras partes do corpo. É possível que a mulher opte por uma reconstrução no mesmo acto cirúrgico em que se lhe faz a mastectomia, mas isso pressupõe estar sob o efeito da anestesia durante muito mais tempo e que o cirurgião geral e o cirurgião plástico deverão operar de forma conjunta e bem coordenada. Por outro lado, pode ser feita a reconstrução mais tarde, mas esta opção implica administrar anestesia pela segunda vez.

Recentemente, questionou-se a segurança dos implantes de silicone. Por vezes, a bolsa em que o silicone se encontra sofre pequenas perdas. Como resultado, o implante endurece, provoca queixas e tem um aspecto menos atractivo. Além disso, em certos casos pode passar algum silicone para o sangue. De qualquer forma, não se sabe se este silicone que escapa pode provocar cancro noutras partes do organismo ou doenças raras como o lúpus. Dispõe-se de muitos poucos dados que apoiem que a perda de silicone seja capaz de provocar efeitos secundários. No entanto, isto não está completamente fora de questão e o uso de silicone diminuiu, sobretudo entre as mulheres que não tenham tido cancro da mama.

Quimioterapia de manutenção e fármacos que bloqueiam a acção hormonal. A quimioterapia, que destrói as células cancerosas, ou a administração de fármacos que bloqueiam a acção das hormonas que estimulam o crescimento das células cancerosas muitas vezes são iniciadas pouco depois da cirurgia e mantêm-se durante meses ou anos. Estes tratamentos atrasam a recidiva do cancro e prolongam a sobrevivência na maioria das mulheres. Em algumas, têm até efeitos curativos, mas isto ainda não se sabe com certeza. O tratamento com diversos fármacos quimioterapêuticos, administrados simultaneamente, suprime as recorrências com maior eficácia do que um tratamento com um só fármaco. No entanto, sem a cirurgia nem a radioterapia, a quimioterapia isolada não cura o cancro da mama.

Os efeitos secundários da quimioterapia são vómitos, náuseas ou cansaço, feridas na boca ou perda temporária do cabelo (alopecia). Na realidade, os vómitos praticamente não representam qualquer problema, devido à acção de fármacos como o ondansetron. Se não for administrado este fármaco, a mulher pode vomitar entre uma e seis vezes num período de 1 a 3 dias depois de receber a quimioterapia. A intensidade e a duração dos episódios variam,conforme os fármacos utilizados e dependendo de cada paciente. Além disso, a mulher submetida a quimioterapia pode estar excepcionalmente exposta a infecções e a hemorragias durante vários meses. Na maioria dos casos, estes efeitos secundários acabam por desaparecer, embora as infecções e as hemorragias provoquem a morte de 1 ou 2 em cada 1000 mulheres tratadas com quimioterapia.

O tamoxifeno é um fármaco que bloqueia a acção das hormonas e que é administrado como tratamento de manutenção depois da cirurgia da mama. Nas mulheres com 50 anos ou mais, o tamoxifeno aumenta a probabilidade de sobrevivência nos primeiros 10 anos, depois de feito o diagnóstico, em cerca de 20 % a 25 %. Esta substância, que está quimicamente relacionada com os estrogénios, tem alguns dos efeitos da terapia substitutiva dos mesmos (Ver secção 22, capítulo 233) (os favoráveis e os desfavoráveis), como a possibilidade de reduzir o risco de desenvolver osteoporose ou de morrer de uma doença do coração, ou o aumento das possibilidades de desenvolver cancro do útero. No entanto, ao contrário da terapia substitutiva de estrogénios, o tamoxifeno não diminui os afrontamentos nem melhora a secura vaginal que surge depois da menopausa.

Tratamento do cancro da mama que se propagou

O cancro da mama pode propagar-se (dar lugar a metástases) para qualquer zona do organismo. As áreas mais frequentes são os pulmões, o fígado, os ossos, os gânglios linfáticos e a pele. O cancro pode aparecer nestas zonas anos, ou até décadas, depois do diagnóstico (e do tratamento) do cancro da mama. Se se propagou para uma área, provavelmente também se disseminou para outras, mesmo que ainda não se tenha descoberto.

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa noite, meu nome é Kelly Santos, acadêmica de Serviço Social, e realizarei uma palestra referente ao Câncer de Mama, solicito sua permissão em utilizar o material escrito referente ao auto-exame na palestra em que vou proferir. Fico no aguardo,Meu email: kellycristine.tavares@gmail.comGrata,kelly Santos