quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Quais são os exames que devo fazer, e com que regularidade?
«O exame fundamental é o exame clínico», refere o presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, Martinez de Oliveira. «Quando se fala no exame clínico, significa que há uma consulta, de rotina ou periódica, onde muitas vezes se verifica se existem ou não problemas». Em relação aos complementos do exame ginecológico, salienta-se o teste do Papanicolau, cuja frequência – diz o especialista –, «enquanto há uns anos se considerava que deveria ser anual, neste momento, quando existem exames anteriores normais, pode ser até três anos». Na mulher «a partir dos 40 anos, deve-se incluir, no rastreio, a mamografia – se bem que para os grupos de risco (com antecedentes familiares, por exemplo) esta deve ser feita mais cedo», a partir dos 35 anos.

Não sou abrangida pelo Plano Nacional de Vacinação quanto à vacina contra o HPV. No entanto, deverei tomá-la?
O HPV (Vírus do Papiloma Humano) é um vírus, de transmissão predominantemente sexual, que pode originar alguns tipos de cancro, nomeadamente o do colo do útero, que atinge cerca 500 mil portuguesas por ano.

A vacina contra o HPV foi incluída recentemente no Plano Nacional de Vacinação, para as adolescentes que completem até 13 anos. Isto porque «a vacina só é cem por cento eficaz nas mulheres que são virgens», refere a médica Clara Bicho. Ou melhor, quase totalmente eficaz, pois a vacina protege do HPV de tipo 16 e 18 – os mais prevalentes na sociedade portuguesa. Há outros tipos, menos prevalentes, que não estão incluídos na vacina. Por isso, até mesmo «as mulheres vacinadas devem fazer o rastreio, a citologia normal», esclarece a especialista.

Quanto às mulheres que já tenham iniciado a sua vida sexual, a vacina – cujo custo ronda os 500 euros – só faz sentido «se ela não estiver infectada nem com HPV 16 nem 18», opina. Atenção: não é por se estar infectada com o vírus que se desenvolve necessariamente um cancro. Pode desencadear benignas – como condilomas – ou até nem vir a originar qualquer doença, ganhando imunidade. O que a médica considera é que, para as mulheres com vida sexual activa que queiram tomar a vacina, o que se deverá fazer é uma «avaliação do colo do útero». Porque não faz sentido tomar uma vacina, se ela já não a protege. Assim, com ou sem vacinação contra o HPV, a melhor prevenção é o uso do preservativo – até mesmo nos preliminares – e a realização de exames periódicos. Sempre.

Texto: Ana João Fernandes

Retirado do blog SAPO

Sem comentários: