quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Para adolescentes e mulheres adultas

Sofro de TPM. Pode ser resolvida?
Estima-se que o síndroma da tensão pré-menstrual ocorra de forma severa em 2,5 a 5 por cento das mulheres, e de forma mais branda em cerca de 33 por cento. Trata-se de um «conjunto de sintomas desconfortáveis, de intensidade variável, que antecedem a menstruação», define o presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG). Os mais comuns são inchaço dos membros inferiores por retenção de líquidos, dores de cabeça e oscilações de humor, mas podem ser muitos mais. «Não existe evidência científica que explique a síndroma como se unitária, pois provavelmente, há vários factores que se entrecruzam.» Quanto a soluções, Martinez de Oliveira refere que «existem tratamentos propostos, desde suplementos vitamínicos, a técnicas de relaxamento e massagem até antidepressivos. Alguns quadros clínicos, nomeadamente quando existe retenção de líquidos, podem beneficiar de produtos terapêuticos, que tendem a melhorar essa situação, incluindo contraceptivos orais com esse perfil». É sempre desejável aconselhamento médico, até porque cada caso é um caso, e «não haverá uma terapêutica que resolva todas as situações de TPM», diz o especialista.

Qual o método contraceptivo mais adequado e seguro para mim?
À medida que a mulher evolui, as suas necessidades e capacidades reprodutoras vão-se modificando. Mas, na opinião do presidente da SPG, «os contraceptivos hormonais – nas suas diversas variantes, desde as pílulas (contraceptivos orais), aos adesivos e implantes subcutâneos – são um grupo mais ou menos homogéneo», adequado às várias fases da vida da mulher, pois é um método anticoncepcional muito eficaz e reversível. No entanto, o especialista considera que os dispositivos intra-uterinos (DIU) são mais adequados para «as mulheres a partir dos 30 anos, nomeadamente nas que já têm filhos».

Quanto à esterilização, tratando-se de um método irreversível, pode ser «útil para as mulheres com alguma idade e família constituída, que já não desejam ter mais filhos».

Existem várias opções anticoncepcionais, partindo a escolha muitas vezes da própria pessoa, desejavelmente com o acompanhamento do médico. Mas atenção, porque a maior parte não protege das doenças sexualmente transmissíveis. Para o efeito, dever-se-á usar sempre o preservativo.

Deve-se fazer alguma pausa na contracepção hormonal?
Existem alguns mitos – ou confusões – sobre os métodos anticoncepcionais, nomeadamente os hormonais. Um deles é supor-se que é necessário uma pausa nesse tipo de contracepção, ou que é conveniente mudar de pílula com alguma frequência. Estas considerações «não fazem sentido nenhum», esclarece Martinez de Oliveira. Assim como considerar-se que os métodos hormonais podem aumentar o risco de cancro. «Nunca foi demonstrado claramente que exista uma relação directa na população em geral, tendo mesmo em relação a alguns um efeito protector», refere o presidente da SPG. A utilização desses métodos apresenta «benefícios francos, como por exemplo em relação à atenuação das dores menstruais ou da acne».

Em termos de riscos, os que podem realmente existir «são problemas vasculares, como os relacionados com a tendência à coagulação, mas são bastante raros», afirma o especialista. Por outro lado, «o uso dos contraceptivos hormonais deve ser muito bem ponderado nas mulheres com patologias». Por isso, nesses casos, a toma desses produtos deve sempre ser acompanhada pelo médico.

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