sábado, 6 de junho de 2009



Era sonho.


Era o céu. Era a vida e a utopia. Era a música criada pelo ar. Era a melodia do passar.


Era sonho.


As palavras humanas, as palavras mundanas...

Sem amor, sem sentido, sem nexo, sem valor.


As palavras humanas, as palavras mundanas.


Era sonho.


E anjos! Anjos lindos! Anjos recém-nascidos, anjos crianças, anjos adultos, anjos imortais, anjos...


Anjos passavam e cantavam. Anjos brilhavam e planavam. Anjos como nunca dantes imaginados, anjos como humanos realizados...


Era sonho. Era céu.


E o céu era verde, campo extenso coberto das mais raras flores. E o céu era a terra, mas a terra intocada, a terra poética, a terra dos poemas. Era o céu. Era sonho.


E naquele sonho, naquela terra, naquele céu, aqueles homens, aqueles anjos, escreviam as mais belas palavras ilegíveis e ininteligíveis.


Escreviam a luz, escreviam os sons, escreviam a vida, escreviam a alma, escreviam poemas, poemas carnais, poemas reais...


Escreviam com penas de suas asas, com a tinta prata das rochas. Escreviam palavras de luz, no papel composto dos ventos, com letras feitas de som.


Era sonho. Era céu. Era música criada pelo ar.


E não se cansavam da arte, não se cansavam da beleza. E tudo era belo, a vida era bela, viver era belo, nascer e morrer, belo, belo e belo...


Era a melodia do passar.


Passos melódicos que dominam o corpo e criam ritmo. Dança ao andar, dança ao cantar, dança em cada passo, dança em compasso.


Era sonho. Era céu.


Era poema, eram anjos. Anjos que não escreviam algo que possa ser lido ou compreendido por homens. Porque não eram homens! Não podiam ser homens...


Homens não falam a língua dos anjos. Homens não criam melodias ao passar, homens não sabem os poemas desenhar, homens não sabem voar...

(desconheço autoria)

Sem comentários: