sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Caldense em palco para contar experiência do cancro da mama


(esta é a nossa Alda para quem não a conheça)


Caldense em palco para contar experiência do cancro da mama

A caldense Alda Caetano é uma das actrizes numa peça sobre o cancro da mama, que está a ser ensaiada em Rio Maior e que tem estreia marcada para Abril.

O elenco inclui oito actrizes de todo o país que venceram esta doença e que se conheceram através da blogosfera. Esta experiência, assim como o percurso de cada uma destas participantes, dará origem a um livro que será lançado no final do ano. O encenador Rui Germano gostaria que a peça fosse apresentada nas Caldas e noutras localidades do país.

São oito mulheres das Caldas, Lisboa, Ovar e de Rio Maior que se reúnem aos domingos à tarde para ensaiar no Cineteatro daquela última localidade. Têm algo em comum: todas tiverem cancro da mama. Uma delas é Alda Caetano, natural de Alcobaça, mas caldense por adopção desde há 38 anos.

“Quando nos é feito o diagnóstico da doença há uma corrida à informação”, recordou Alda Caetano, relembrando que foi através da internet que se informou e encontrou outra mulheres que se encontravam a viver o mesmo problema e que criaram blogues como Amigas do Peito e Amigas do Coração. Foi também através da blogosfera que receberam o convite do encenador Rui Germano, de Rio Maior para integrar este projecto teatral.

Os primeiros contactos com o responsável decorreram em Setembro último e as participantes na peça têm desenvolvido “uma amizade verdadeira”.

Por ser um grupo grande, o encenador de Rio Maior veio propor a realização de uma peça de teatro com a intenção de passar para o palco o drama desta doença.

Os ensaios decorrem aos Domingos no Cine-Teatro de Rio Maior e o projecto tem chamado a atenção dos meios de comunicação social regionais e nacionais, tendo sido falado em programas de televisão.

Alda Caetano diz que vai ser escrito um livro que conta a história de cada um dos participantes deste elenco.

A peça terá como protagonista uma personagem fictícia que contará “um pouco da história de todas nós”. Alda Caetano tem a certeza que o espectáculo será um sucesso uma vez que “passará uma mensagem de esperança - o cancro é terrível mas hoje já se consegue lidar com a doença e aprender a viver com essa sombra”.

O encenador diz que esta peça será estreada a 4 de Abril e as primeiras apresentações decorrerão no Cineteatro de Rio Maior nesse sábado à noite e também na tarde de domingo. “Gostava que este espectáculo se tornasse itinerante e que pudesse ser apresentado nas Caldas”, disse o responsável.

A mãe de Rui Germano também conseguiu ultrapassar esta doença há 26 anos, “numa época em que não se falava tão abertamente do cancro”. Depois de terem falecido duas amigas por causa desta doença, Rui Germano decidiu levá-la ao palco. A peça “pretende chamar a atenção de todos para a importância do esclarecimento, do diagnóstico precoce e para a desmistificação do cancro da mama”.

Além de encenador, Rui Germano é advogado e vereador (sem pelouro) da oposição na Câmara de Rio Maior.

Criar um núcleo de apoio nas Caldas

Alda Caetano tem 56 anos e venceu a doença que lhe foi diagnosticada em Julho de 2006. No mês seguinte foi operada tendo feito uma mastectomia. Passado um mês começou a fazer quimioterapia, mas teve como efeito secundário uma grave inflamação na garganta que conseguiu depois superar.

“Quando se é confrontado com a doença, o melhor é aceitar. Os médicos fazem o resto”, disse Alda Caetano acrescentando que ajuda viver com calma, optimismo e fazendo uma boa alimentação e exercício físico.

“Deixo aqui o apelo a todas as mulheres para que façam o rastreio. Se eu fosse descuidada, se calhar já não estava cá…”, comentou a caldense, que não falha a rotina dos exames anuais para verificar se está tudo bem.

O optimismo de Alda Caetano acaba por dar ânimo e ajudar os outros e é uma activa voluntária, quer no Hospital das Caldas, quer em eventos como Um Dia pela Vida, que em 2007 trouxe às Caldas um conjunto de actividades relacionadas com o combate ao cancro.

“É assustadora a forma como a doença está a aparecer em gente cada vez mais nova”, disse, preocupada, Alda Caetano.

O seu dinamismo é notado e por isso tem a promessa de responsáveis de entidades como a Liga Portuguesa contra o Cancro e de associação Vencer e Viver de abrir um núcleo de apoio a mulheres que sofrem de cancro da mama nas Caldas. “Ainda não conseguimos foi arranjar um espaço”, lamentou. Esse núcleo, diz, seria muito importante porque quando se tem esta doença, “sente-se sobretudo falta de apoio psicológico”.

2 comentários:

Isa disse...

O "Rosa Esperança" vai ser um sucesso, disso não tenho dúvida...
As actrizes são mulheres fantásticas que conviveram com a doença e toda a problemática que ela acarreta, desde medos, dúvidas, ansiedade, desde termos que conseguir a força necessária par nos aguentarmos e tentar que a família não sofra tanto como nós, desde tentar que não sejamos olhadas como umas coitadinhas, tudo isso estas mulheres, viveram, venceram e querem dar testemunho.
O sucesso desta peça é garantido e no que depender de mim o dr. Rui Germano pode estar ciente que ela virá a Estarreja.
Para todas as minhas amigas queridas, um beijo do tamanho do mundo.
Isabel

Lina Querubim disse...

Beijinhos grandes e bom fim de semana