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"Rosa Esperança" ou a esperança de vencer o cancro


Inserido num projecto de teatro de pesquisa "Projecto Mulheres e o Cancro da Mama" que interpreta e reinventa histórias de pessoas reais "Rosa Esperança" conta com a participação de 7 mulheres que, não sendo actrizes, decidiram expor a sua própria experiência de luta contra o cancro e aceitaram o desafio de a partilhar com o público num palco.

"Rosa Esperança" um espectáculo inquietante nos dias 4, 5, 11, 12, 18 e 19 de Abril Cine Teatro-Casa da Cultura de Rio Maior.
Dia 2 de Maio Cine-Teatro de Alcobaça.

"Sete mulheres, nenhuma delas actriz, expõem-se, em palco, num espectáculo de emoções, numa partilha com o público de uma experiência traumática comum a todas: o cancro da mama.

"Rosa Esperança" é o resultado de um trabalho a que Rui Germano, vereador na Câmara de Rio Maior e encenador, se decidiu dedicar nos últimos meses, depois de uma amiga ter vencido a luta contra o cancro da mama e de outra ter sucumbido à doença.

Estas experiências,segundo ele, permitiram-lhe "fazer a ponte" para uma situação vivida há 26 anos, na sua infância, quando a própria mãe, Cacilda Germano, hoje com 68 anos e uma das "actrizes" da sua peça, viveu a luta contra a doença.

Através do blogue criado pela amiga vitimada pela doença, Cláudia, entrou em contacto com o grupo de mulheres que, sendo de vários pontos do país, se começaram a encontrar aos domingos à tarde, em Rio Maior.

"Os nossos primeiros encontros foram essencialmente conversas, perceber quem eram, partilhar vivências", num processo, iniciado em Outubro, mês emblemático da luta contra o cancro da mama, que permitiu constituir "um núcleo duro" de sete mulheres que queriam avançar com a peça.

A esse "núcleo duro" - Cinda, de Ovar, Alda, das Caldas da Rainha, Manuela, de Alcobaça, Manuela e Carla, de Lisboa, e Cacilda e Cristina, de Rio Maior - acabaram por se juntar outras mulheres que foram tendo conhecimento da experiência e que, sem quererem participar na peça, foram aparecendo e dando o seu testemunho.

Rui Germano sublinha que Rosa Esperança "não é uma peça de teatro, é um projecto" em que estas mulheres, que "não são actrizes, que nunca quiseram subir ao palco", se "revelam e partilham um sofrimento dificil de descrever e por vezes de aguentar".

Para já, o espectáculo tem sessões marcadas no cine-teatro de Rio Maior para os dias 04, 05, 11, 12, 18 e 19 de Abril (sábados às 21:30h e domingos às 17:00h) - com a estreia já esgotada - e no Cine-teatro de Alcobaça para 02 de Maio.

Sendo uma produção da "Quem Não Tem Cão - Oficina de Artistas", o projecto envolveu, além de inúmeras mulheres e homens, a escola Oficina da Imagem, que permitiu a edição de meia centena de fotografias das "actrizes", feitas em estúdio, e que vão ser expostas em Rio Maior.

O espectáculo termina com um quadro final, resultado de um desafio lançado a sete costureiros/estilistas - Augustus, Cristina Lopes, Fátima Lopes, João Rolo, Luis Buchinho, Nuno Gama e Rafael Freitas.

"Queremos deixar uma imagem de 'glamour', que estas mulheres não perdem, ter um final cheio de charme", afirmou Rui Germano.

"Rosa Esperança" um espectáculo inquietante nos dias 4, 5, 11, 12, 18 e 19 de Abril Cine Teatro-Casa da Cultura de Rio Maior.
2 de Maio Cine-Teatro de Alcobaça.




Zita Ferreira Braga



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